Numa análise revelada de forma inédita pela Revista Automotive, a ACAP – Associação Comércio Automóvel de Portugal, apresentou as matriculações de semirreboques em Portugal, nos anos de 2020 e 2021.
Em termos gerais, as matriculações aumentaram 33,5% de 2020 para 2021, números bastante positivos, tendo em conta tanto o contexto pandémico como a falta de matérias-primas que também afetaram a produção destes veículos. No total, foram matriculados 1.782 semirreboques em 2020, para depois chegar às 2.379 unidades em 2021.
Quanto à liderança do mercado, esta manteve-se na Schmitz Cargobull, com um aumento de 60% de unidades matriculadas face a 2020. Passou de 440 semirreboques em 2020 para 706 em 2021, um aumento superior à média do mercado. Para esse aumento, contribuiu o sucesso da gestão integrada da venda de semirreboques, desde o financiamento através da Cargobull Finance, passando pelo pós-venda de proximidade, até à revenda do semirreboque usado, entre outros aspetos.
Kögel e Lecitrailer
O segundo lugar foi conquistado pela Kögel, através de um crescimento de 26,6% face ao ano de 2020. As 233 unidades matriculadas em 2020 foram superadas pelas 295 em 2021. A consistência da Kögel na sua atuação em Portugal deu os seus frutos, mantendo-a no topo das escolhas das frotas nacionais.
Com representação através da Total Trailer Services de Rui Tavares, a Kögel tem investido em diversas áreas, tal como apresentamos na edição anterior da Automotive, através de uma entrevista a Christian Renners, CEO da Kögel, e a Denis Valder Munir, Head of Business & Project Management Portugal da Kögel.
Em terceiro lugar, mas quase que a primeira no crescimento, está a LeciTrailer. A marca de semirreboques com sede e produção em Saragoça, registou um impressionante aumento de 136,5% de matriculações face ao ano de 2020. Matriculou assim 201 unidades em 2021, contra as 116 em 2020.
Este crescimento, está em linha com a estratégia da LeciTrailer de apostar fortemente em Portugal, onde acaba de inaugurar uma linha de montagem em Mangualde, através de um elevado investimento numa estrutura totalmente nova com 36.000m2 de área, equipada com a tecnologia mais avançada do mercado.
Destaque também para a centenária produtora nacional, a Galucho. Esta empresa portuguesa está no quarto lugar da geral nas matriculações de semirreboques, mesmo quando não produz as unidades de maior volume no mercado nacional: os semirreboques de lona ou os frigoríficos. Especializada em semirreboques e reboques para aplicações específicas, como a construção civil (entre outras), a Galucho consegue destacar-se por um aumento de 100% nas matriculações entre 2020 e 2021. Totalizou 196 unidades matriculadas em 2021.
De realçar também outras marcas que cresceram significativamente entre 2020 e 2021, como foi o caso da SÔR Iberica (representada pela Assivepe) com 163% de crescimento, passando de 26 para 42 unidades matriculadas; e a Fliegl com 100% de crescimento (também representada pela Assivepe) passando de 16 para 32 unidades matriculadas em 2021.
Apesar destes crescimentos, o mercado registou também algumas quedas. A Krone perdeu cerca de 15% de matriculações neste período em análise, bem como a Kassborher também perdeu 16% no mesmo período.
Continuaremos a acompanhar a evolução do mercado de semirreboques em Portugal e as novidades das marcas, sobretudo por ocasião do Salão IAA de Hannover deste ano, onde a Revista Automotive é membro do júri do Prémio Internacional Trailer Innovation de 2023.