A DPAI/ACAP realizou uma sessão de apresentação de um estudo pioneiro em Portugal, sob o tema “O Aftermarket em Portugal: o Presente e o Futuro”, que analisa o setor do pós-venda independente e identifica os desafios e medidas necessárias para aumentar a competitividade das empresas deste setor.
Os resultados do estudo, com 150 páginas, desenvolvido por uma equipa de investigadores do ISEG – Executive Education e promovido pela ACAP, foram apresentados pelo professor Zorro Mendes, presidente do departamento de Economia do ISEG e por Rita Alemão, coordenadores deste trabalho.
Este estudo teve como temas em destaque: a caracterização do setor do aftermarket automóvel em Portugal e do perfil do consumidor; evolução futura da procura dirigida ao pós-venda em função das inovações tecnológicas no setor automóvel e das alterações nas preferências dos clientes; consequências da evolução futura da procura, nas estratégias futuras do canal independente do aftermarket automóvel.

Maioria prefere oficinas independentes
Na apresentação efectuada por Rita Alemão, destaque para o inquérito efetuado aos consumidores relacionados com a reparação dos seus automóveis.
Este inquérito revelou que 6 em cada 10 pessoas, escolhem oficinas independentes para reparar a sua viatura. No que respeita aos utilizadores de viaturas generalistas, 7 em 10 preferem reparar/manter numa oficina independente. Também sete em 10 consumidores com menos de 30 anos, utilizam mais as oficinas independentes. Na faixa etária com mais de 50 anos, só 4 em cada 10 preferem estas oficinas.
Em função da idade da viatura, a percentagem do parque intervencionado é de: 39% de viaturas com menos de 3 anos; 54% viaturas entre 3 e 8 anos; e 72% de viaturas com mais de 8 anos. A transição entre a assistência feita na marca e a passagem para os reparadores independentes ocorre entre os 3 a 4 anos da viatura ou, em média, até aos 85.000 km. Também 8 em cada 10 pessoas têm um custo de reparação/manutenção anual inferior a 400 €.
Microempresas dominam
As estatísticas nacionais demostram uma grande predominância das microempresas no universo das empresas do aftermarket em Portugal, tendo as pequenas e médias empresas, onde se insere a grande maioria dos centros- auto/fast fit, uma muito residual expressão na demografia empresarial do setor. Existe uma preocupação de que o peso da economia paralela no negócio da manutenção e reparação seja igual ou superior a 30% da actividade real do setor, opinião revelada por 56% das empresas (os reparadores independentes têm mais vincada esta percepção do que os
centros-auto/fast fit).
Linhas para o futuro
No final da apresentação, Rita Alemão, apresentou um resumo do estudo com as grandes linhas de força para o futuro do canal independente do aftermarket (leia-se oficinas), a saber:
1 – Conjugar os serviços de manutenção/reparação aos ICEV (ainda maioritários) com a entrada gradual dos serviços de manutenção/reparação aos BEV;
2 – Investir na formação dos colaboradores capacitando-os para a manutenção/reparação dos BEV;
3 – Garantir a mobilidade dos clientes durante o tempo de manutenção/reparação dos seus veículos;
4 – Aproveitar a electrificação dos veículos para aumentar a contribuição do sector para a sustentabilidade ambiental.
5 – Pressionar as autoridades competentes no sentido da criação de legislação que permita a existência de uma concorrência justa e aberta entre todos os players do setor do aftermarket em Portugal.
