Nuno Silva, Commercial / Fleet Sales Manager da Volvo Car Portugal, é o entrevistado da Automotive, onde aborda as atividades da empresa para 2023.
“Apesar de todas as turbulências que existem no setor automóvel, conseguimos realizar 3.594 matrículas em 2022, o que nos permitiu ter uma quota de mercado na presença de 2.3%. Em relação ao ano anterior (2021), tivemos uma ligeira quebra cerca de 10% em termos de volume pois, em 2021, tínhamos alcançado uma cota de 2,7%”.
Para este responsável estes valores não são “obviamente um factor positivo, mas as boas notícias são que temos em encomendas no pipeline um número muito superior a este. O que nos permite ter uma perspetiva bastante positiva para 2023”.
Segundo Nuno Silva, a Volvo Car tem “uma política que diferencia claramente uma empresa com um parque de cerca de dez viaturas e uma empresa que tenha um parque superior a dez viaturas. Temos uma política diferente no que diz respeito também às frotas”.
Soluções de financiamento
No que respeita às soluções de financiamento, a marca tem “um produto específico que é o Car Finantial Service, onde estão incluídos dois vetores. Um é o AOV, que é feito através da ALD Automotive, sendo uma das soluções que proporcionamos aos nossos clientes corporate. Já no financiamento tradicional, trabalhamos com a Cetelem desde outubro do ano passado. E aqui também temos algumas soluções de financiamento mais direcionadas para o cliente particular, mas que também se ajustam ao cliente corporate de menor dimensão.
A nossa empresa disponibiliza ainda os TCMs (total cost of mobility, ou custo total de mobilidade), com vantagens muito interessantes. O TCM permite que o cliente adquira o carro hoje e daqui a quatro anos são dadas várias soluções para que possa ou devolver o carro ou comprar o mesmo. Entrega aquele e compra um novo. Uma estratégia que permite manter o cliente ligado à marca”, sublinha Nuno Silva.
Modelos mais vendidos
“Em 2022, o X40 foi o modelo mais vendido da Volvo a nível mundial e também em Portugal”, refere o Fleet Sales manager da Volvo. “A seguir temos o V60 plug-in, no segmento dos 35.000 euros mais IVA. É um carro muito apetecível e muito procurado para as empresas.”
Nuno Silva ressalta ainda o modelo XC60, “que fica no patamar fiscal acima dos 50.000 euros mais IVA, dois modelos nitidamente orientados para quadros diretivos, onde também há muita procura pelos clientes empresariais. São modelos que também contribuem para alicerçarmos as nossas vendas, sendo ambos plugin, ou seja, em linha com a estratégia de eletrificação da gama Volvo Car, iniciada em 2018.
Eletrificar frotas
Nota-se que a maior parte das empresas já começaram a implementar políticas de frotas mais ambientais, para que os utilizadores ou os seus colaboradores tenham carros 100% elétricos”, adianta Nuno Silva.
Como exemplo dessa mudança “temos uma empresa farmacêutica que adquiriu uma frota XC40 100% elétrico, o que mostra a importância dos modelos elétricos. Muitos responsáveis de compras optam pela transformação direta do motor a combustão para o carro 100% elétrico, na renovação das suas frotas.
Em Portugal, 84% das nossas vendas já são carros plugin. E do total de carros vendidos, 24% são carros 100% elétricos. Face à nossa região EMEA, conseguimos ter uma performance superior à média da região europeia. Sabemos que a parte fiscal ajuda, mas não é só isso. As viaturas têm autonomias muito interessantes e isso ajuda os clientes a passarem para a eletrificação.
No ano de 2018 introduzimos o XC40 e aí sim, com esse modelo mais jovem, atraímos um segmento mais jovem. E vamos continuar nessa senda. O último modelo que lançámos foi o C40 que é um carro 100% elétrico. E vamos lançar até 2025 dois modelos novos todos os anos, o que nos vai permitir manter esta margem de crescimento.
Lançámos em setembro do ano passado um modelo, que para nós é um flagship: o EX90, que é um SUV 100% elétrico de sete lugares, com novos parâmetros de segurança e de tecnologia. Já está a ser comercializado em outros países, mas ainda não chegou a Portugal.
Deveremos lançar daqui a quatro meses um SUV, mais pequeno que o XC40, 100% elétrico, um modelo que acreditamos que vai ter muito sucesso em Portugal, visto ser um modelo mais pequeno que o XC40, com um preço muito competitivo e com autonomia acima dos 400 km, reunindo boas características para o mercado empresarial.
Boas perspetivas para 2023
É nas deslocações casa-trabalho que apostamos e demostramos isso com prática. Tenho uma pool de carros que disponibilizo sempre às empresas, antes de tomarem uma decisão. Para facilitar essa decisão, fazemos eventos, roadshows nas empresas. Estivemos no ano passado numa empresa tecnológica, com carros 100% elétricos e os utilizadores adoraram a experiência.
A nossa ambição também passa por diminuir os tempos de entrega dos nossos automóveis, embora não seja um problema transversal a todos os nossos produtos, visto que os nossos modelos elétricos têm um prazo de entrega mais rápido, de 7/8 meses.
Este ano ambicionamos ter um crescimento robusto, assim as cadeias de abastecimento e as questões de produção dinamizem os seus fluxos. A nossa expectativa é de que, já no segundo semestre de 2023, todas estas situações de falta de componentes venha a estabilizar a cadeia de produção e contribua para uma certa normalização nas entregas”, conclui Nuno Silva.