Com mais de uma década na gestão de frota, Margarida Rego tem gerido a frota automóvel do Super Bock Group econversou com a Automotive sobre as principais características da sua frota, bem como os desafios que este sector enfrenta nos dias de hoje.
“Em termos de características da frota, neste momento, temos um total de 550 viaturas no Super Bock Group distribuídos de igual forma entre comerciais ligeiros e passageiros. Os furgões estão vocacionados para a assistência técnica e alguma área de venda, sendo que estas viaturas operam de norte a sul do país, alocadas às suas respetivas zonas de intervenção.
Os furgões são todos monomarca. Antes tínhamos Citroen, mas agora estão a ser gradualmente substituídos pela Ford. Essas viaturas são transformadas com prateleiras e alguns equipamentos, e têm decoração própria. No segundo escalão mais representativo em termos de quantidade, temos os Renault Mégane e os Peugeot 308. Acima desse escalão de viaturas, o leque de marcas na nossa frota é mais variado. Enquanto locadora, a nossa parceria mantém-se com a Leaseplan, com quem trabalhamos há vários anos, sem que isso implique um acordo de exclusividade.
![](https://automotiverevista.pt/wp-content/uploads/2023/03/IMG_4060.jpg)
Desafios do setor
Em termos de desafios do setor das frotas, o que se tem vindo a alterar, no âmbito das renovações, diz respeito aos tempos de entrega e disponibilidade dos veículos. Existe uma grande instabilidade. Para ter uma ideia, era habitual as trocas e renovações ocorrerem, anualmente. Tínhamos sempre uma grelha definida com os modelos para cada escalão dentro do seu grupo de funcionamento. Escolhia-se entre 3 e 4 modelos e, na altura devida, cada utilizador escolhia a viatura e, em 3 meses, ela estava nas suas mãos.
Esta matemática simples não ocorre agora. É sempre um desafio quando é preciso uma nova viatura, seja porque as propostas têm um prazo de validade muito mais curto, seja porque nos obriga a decisões mais rápidas ou porque uma encomenda pode ainda ser anulada. No fundo, nunca se sabe se a viatura pode ser entregue ou não. Gerir expetativas não tem sido simples. É difícil de compreender esta situação, e sinto uma certa falta de compromisso das próprias marcas. O mercado inverteu um pouco os papeis, parece que as marcas têm menos interesse em vender e nós temos mais interesse em comprar.
Existem também outras alterações à logística. Nas viaturas de escalão, por exemplo, podemos escolher a cor e alguns extras, no entanto, no passado, havia mais margem para a escolha dos extras. Com o aumento dos preços, esta dinâmica ficou ainda mais limitada.
![](https://automotiverevista.pt/wp-content/uploads/2023/03/r-6.jpg)
Transição energética
No âmbito da eletrificação das viaturas, no Super Bock Group estamos numa fase de transição. Em todas as nossas possibilidades de escolha de viatura, já temos a opção de um carro elétrico ou um plug-in. Estamos, portanto, no caminho, mas conscientes da incerteza sobre o futuro dos híbridos plug-in.
Os postos de carregamentos ainda são um mundo novo, e na eletrificação, tudo o é. A grande dificuldade com que nos deparamos atualmente, diz respeito aos carregamentos e à gestão das ansiedades ligada aos elétricos e que se resume à incerteza da sua manutenção e aos locais de carregamento que ainda não abundam. É preciso eliminar todas estas incertezas e o que elas implicam e investir nas infraestruturas. Talvez, por isso, ainda nos seja difícil ter uma eletrificação nos furgões. As nossas viaturas fazem muito quilómetros e o país ainda não está pronto. Além das insuficiências com a infraestrutura de carregamentos, sentimos ainda uma oferta quase inexistente de viaturas pesadas eletrificadas.” conclui Margarida Rego.
![](https://automotiverevista.pt/wp-content/uploads/2023/03/r-7.jpg)