A Revista Automotive esteve a testar o eCitaro, o autocarro 100% elétrico da Mercedes-Benz para circuitos urbanos. Eduardo Gaspar conduziu o eCitaro e conta as mais-valias deste modelo do grupo Daimler.
“Embora tenha feito a sua estreia mundial em 2018, no salão IAA Transportation em Hannover, as primeiras unidades do eCitaro só começaram a ser testadas em municípios da Alemanha em finais de 2019. Daí até começarem as vendas levou algum tempo. O final do ano de 2022 marcou a entrada deste modelo em Portugal, com duas unidades vendidas pela EvoBus Portugal Rodoviária do Lis (RDL) do grupo Barraqueiro, e que agora em 2023 começam a circular nas estradas nacionais.
![](https://automotiverevista.pt/wp-content/uploads/2023/03/20221018_160005.jpg)
A grande vantagem do eCitaro (face a autocarros elétricos fabricados fora da Europa) é que se beneficia da plataforma do Mercedes-Benz Citaro, modelo que conta com mais de 50.000 unidades vendidas em todo o mundo. O eCitaro mantém assim a estrutura do Citaro inalterada, fator crucial para facilitar a manutenção e reparação da carroçaria e outros componentes.
A cadeia cinemática do eCitaro é baseada no eixo elétrico da ZF, modelo AVE 130 com motores elétricos nos cubos das rodas traseiras. Com um binário de 970 Nm logo disponíveis, na condução notámos que a entrega de binário é progressiva, principalmente no arranque, para proporcionar uma viagem tranquila aos passageiros. Mesmo que aceleremos a fundo no arranque, o eCitaro arranca suave, sendo assim diferente de outros autocarros elétricos no mercado que arrancam muito rápido. O resultado deste rápido arranque é que os motoristas, no final do turno, ficam a “competir” com os automóveis para ver quem arranca mais rápido nos semáforos, coisa que com este modelo da Mercedes certamente não acontecerá.
![](https://automotiverevista.pt/wp-content/uploads/2023/03/20221018_152700.jpg)
O espaço para o motorista é suficientemente confortável para se trabalhar um dia inteiro, e tem todos os comandos posicionado de forma prática. O painel de instrumentos dá uma cisão clara de quando o autocarro gera energia nas travagens, e de como a bateria está a ser gerida.
É apenas de lamentar a falta de cinto de segurança para o motorista neste eCitaro. Já se passaram 64 anos desde a introdução do cinto de segurança nos automóveis, e para um autocarro que se apresenta como inovador, algo tão básico não poderia ser esquecido.
Do que sentimos, a qualidade de construção é de referência e a disposição do interior apesar de ser clássica, tem vários apontamentos de modernidade. O eCitaro será certamente um modelo de sucesso nas vendas, tal como o seu antecessor Citaro”.
![](https://automotiverevista.pt/wp-content/uploads/2023/03/20221018_155141.jpg)