A MAN Truck&Bus realizou um evento internacional de apresentação em Valência (Espanha) com os seus furgões TGE, para demonstrar a da diversidade de transformações que podem ser feitas nestes seus produtos, onde a Revista Automotive esteve presente para conduzir alguns destes modelos, numa pista de teste mondada no Circuito Ricardo Tormo.
A grande novidade é que agora essas transformações estão disponíveis de fábrica, ou seja, em ex-works numa linguagem mais específica de quem lida com Incoterms (termos internacionais de comércio). Significa que será possível os clientes encomendarem diretamente à MAN, os furgões transformados, com diversidade e abrangência.
Evento alargado em Valência
O último evento que participámos da MAN foi em janeiro de 2020, semanas antes do confinamento gerado pela pandemia. Três anos sem nada acontecer, é de louvar que a MAN tenha regressado aos grandes eventos, ao realizar uma apresentação para os jornalistas europeus.
Os eventos físicos são fundamentais para os jornalistas comprovarem, aquilo que as marcas automóveis afirmam nos seus comunicados. Existe um conjunto de características dos automóveis que não se conseguem ser transmitidas “somente” de forma escrita ou reconhecidas por outros meios que não seja através de uma experiência direta. É aquilo que se denomina como “qualia”.
Disponibilizar a avaliação desta “qualia” (que propositadamente tem a mesma raiz da palavra “qualidade”), tem sido algo cada vez mais raro nas marcas automóveis. A estratégia tem passado por um gradual desinvestimento nos eventos, distanciando-se da presença física. As opções digitais são mais convenientes: replicam aquilo que as marcas querem, sem as questionarem. Mas por outro lado, também não acrescentam nada.
Verdade seja dita, os próprios órgãos de comunicação também têm contribuído para este desinvestimento. Quase a totalidade dos jornalistas que vão aos eventos, pouco ou nada interagem com os intervenientes, raramente questionam a marca e depois, no artigo que escrevem, fazem uma cópia do press-release que a marca lhes providenciou.
Na Automotive, temos o princípio de que o jornalismo deve ser implementado na totalidade da sua essência, com uma natureza ativa, dinâmica, interativa e geradora de valor acrescentado. Assim, a nossa participação neste evento da MAN foi pautada por esse princípio, ao dinamizar as várias vertentes do evento, com conteúdo multiplataforma, ou seja, na Revista impressa, no canal Automotive do YouTube, no nosso website e LinkedIn.
Soluções concretas da MAN
Pela nossa experiência de mercado, já sabemos que o processo de transformação de um veículo é complexo. Tanto pela burocracia associada, como a lenta incorporação de tecnologia por muitos transformadores nacionais, bem como a postura face ao mercado. Segundo eles, é o mercado que tem de descobrir as suas transformações, e não o contrário. Podíamos nomear facilmente mais de 20 exemplos, mas não é nossa postura a de promover o problema, mas sim a solução.
As diferentes transformações do furgão TGE que a MAN começará a disponibilizar de fábrica, são uma solução bastante ajustada ao mercado, nos seus diferentes segmentos, como alternativa fiável, qualificada e certificada aos transformadores nacionais. Demonstramos neste artigo (bem como no vídeo já publicado no canal YouTube da Automotive), estas diferentes possibilidades.
Gostaríamos de ser mais precisos e aprofundados nas características de cada uma das transformações, mas a marca não chegou a disponibilizar a ficha técnica dos veículos transformados presentes no evento, tal como outras marcas já o fazem nas suas apresentações. Teria sido importante, já o dissemos, para que se pudesse fazer também uma comparação das diferentes tipologias de transformação, com a motorização escolhida.
Homologações
Este ponto da motorização é fulcral. Notámos que em transformações similares do TGE, a MAN equipou os seus furgões com diferentes tipos de motores, resultando daí em homologações, nuns casos como veículo comercial ligeiro (VCL) e, noutros, como veículo pesado.
Utilizando o caso dos furgões com caixa isotérmica, uma diferença na motorização, por exemplo, para VCL na homologação, impõe algumas limitações tais como: limite de velocidade máxima; apenas 6 combinações de altura e largura; necessite de um spoiler/defletor dianteiro, e cálculo do seu ciclo WLTP. No entanto, se vier a ser homologado como um veículo pesado, essas limitações deixam de existir.
Para esta questão das homologações, não é só a motorização que conta, a transmissão também entra na análise. Por exemplo, o facto de ter caixa automática ou manual, tração traseira ou dianteira, também influencia a homologação do furgão. Esta homologação a que nos referimos, está relacionada apenas com o ciclo WLTP (e ao cálculo da tributação associada a isso), e não em termos de homologação de circulação, que exigirá uma carta de condução de pesados e a obrigatoriedade da utilização de tacógrafo, entre outros.
Estes furgões TGE transformados pela MAN, já estão disponíveis em alguns países europeus e, ao longo do ano, a marca colocará à venda mais modelos transformados.