Convidámos Fábio Alves, para realizar o assessment do novo Suzuki Scross. Fábio Alves é o fundador do CFOMP-Centro de Formação de Operadores de Máquinas Pesadas, e também responsável pela inspeção de máquinas, num dos três maiores fabricantes do mundo de equipamentos de construção.
Enquanto formador do CFOMP, este profissional já teve ao seu cargo mais de 8.000 formandos ao longo de 12 anos de atividades, no âmbito de formação prática, qualificada e certificada em máquinas de obras. Para realizar as suas atividades de inspeção, Fábio Alves desloca-se a todos os recantos de Portugal, para garantir o cumprimento das melhores práticas na operação de máquinas e a segurança dos seus manobradores.
Neste assessment realizado a convite da Revista Automotive destacamos, em resumo, a sua experiência ao longo de sete dias ao volante do Suzuki SCross:
“Nunca tinha conduzido um automóvel da marca Suzuki e indo diretamente ao assunto, fiquei muito bem impressionado com este SCross. Na maioria dos locais onde estão as máquinas que vou inspecionar ou dar formação, os carros não conseguem lá chegar.
Chegar até às máquinas, é quase impossível com um carro sem características todo-o-terreno. Por outro lado, pelo facto de termos clientes e formações em todo o país, tenho de percorrer muitos quilómetros em autoestrada, e por isso um automóvel que seja só vocacionado para o todo-o-terreno, irá ter consumos elevados nesses percursos. O SCross é um compromisso equilibrado entre um carro estradista e um fora-de-estrada, com características híbridas, revelando o compromisso ambiental da marca.
Performance
Houve um dia em que conduzi das 7h30 da manhã até às 17h30 da tarde, tendo saído de Cascais e realizado inspeções em Leiria, Cantanhede, Braga e depois em Viana do Castelo. Depois, em Viana do Castelo realizei o curso prático de formação para manobradores de máquinas, com o nosso parceiro CMVOLT (na imagem).
No âmbito das formações, também estamos a alargar a nossa presença geográfica. Assim, foi possível realizar com este Suzuki uma formação em Arraiolos, num campo agrícola. Foi interessante ver o comportamento do veículo num terreno mais “macio”, e sentir o seu desempenho dinâmico em um piso de pura terra.
Testei a tração do carro em areia e em terra batida, principalmente em terrenos bastante inclinados. A gestão automática da tração às 4 rodas mostrou-se sempre capaz de superar os obstáculos. Contudo, também experimentei a função do botão “lock” que “tranca” a tração às 4 rodas e dá-nos uma segurança adicional em zonas de pouca aderência. Também conduzi em empedrado e cascalho, onde o desempenho dinâmico do SCross mostrou-se bastante confortável, revelando que tem uma boa insonorização.
Evoluções
O espaço interior é mais do que suficiente para um carro destas dimensões. Fiz uma utilização profissional e pessoal, porque a opinião e experiência da família também conta na hora de escolhermos o modelo de carro. Foi bom ter disfrutado de momentos familiares a bordo deste modelo da Suzuki, na companhia dos meus dois filhos (um de 9 anos e outra de 1 ano e 3 meses), e também da minha esposa (foto). Todos eles gostaram da experiência e do bom ambiente do SCross.
Claro que nenhuma avaliação de um carro será honesta, se não mostrarmos os pontos menos bons. Assim, entendo que um dos aspetos que poderá ser melhorado é a localização do cinto de segurança do passageiro central, nos bancos traseiros. Esse cinto é puxado de cima (quase do teto) e não tem uma regulação por altura. A posição do cinto acaba por incomodar o passageiro traseiro central, sobretudo numa viagem mais longa.
Outro ponto a melhorar, será um arrumo que fica do lado esquerdo do volante. É uma abertura simples, mas que poderia ter um mecanismo de fecho. No meu caso, faço muitos trechos em autoestrada e fico com muitos recibos das portagens. Ao depositá-los nesse compartimento, e após muitas portagens pagas, estes recibos começam a transbordar. Com um simples fecho do arrumo, isto ficaria resolvido.
Funcionalidades
Por outro lado, quero ressaltar a boa posição do apoio de braços, e principalmente a praticidade do volante multifunções, onde os botões estão bem posicionados, evidenciando-se os botões que comandam as chamadas telefónicas. No âmbito da minha profissão, recebo muitas chamadas diariamente e, por este motivo, necessito conduzir uma viatura onde possa gerir essa comunicação, com total segurança e atenção às condições de trânsito. A segurança é o fator principal na minha profissão e este é dos pontos que mais apreciei neste Suzuki.
Quanto ao motor, o SCross tem um arranque rápido e a resposta do acelerador é eficaz. Adorei a eficácia do cruise control adaptativo, um sistema de segurança e assistência à condução, que funcionou muito bem. Os consumos estiveram sempre dentro das minhas expectativas, mesmo em utilização em terrenos mistos e a estrutura do chassis é igualmente um dos pontos altos deste modelo.
Testei o Scross praticamente em todos os tipos de terreno (asfalto, cascalho, empedrado, areia, terra batida e terreno agrícola) e, em quase todo o tipo de climas, desde dias mais quentes e solarengos até chuvadas fortes; conduzi durante manhãs enevoadas; em tardes com grande luminosidade e até à noite escura, típica do céu do interior do país. Geograficamente, fiz trabalhos desde Viana do Castelo até Arraiolos, passando por muitas outras cidades, pelo litoral e centro de Portugal.
Depois de tantos quilómetros, tipologias de pisos, mudanças do tempo e períodos do dia, faço uma avaliação muito positiva deste Suzuki SCross, um automóvel que se revelou ideal para as minhas funções, qualquer que seja o ambiente a utilizar. Apresenta um visual muito agradável, moderno, mas não banal. Dispõe de muita tecnologia e sistemas de assistência à condução, com bons equipamentos e com uma motorização muito eficiente. Tem vocações estradistas e de fora de estrada. O seu interior é bem construído, onde o conforto e a segurança são evidentes, quer em utilização puramente profissional ou familiar. Por tudo isto, apreciei o desempenho global do Suzuki Scross e agradeço à Revista Automotive esta memorável experiência de condução”, concluiu Fábio Alves.