Estivemos na sede da Ascendum em São João da Talha, a entrevistar Pedro Gaspar, diretor comercial da Ascendum, e Diogo Martins, gestor comercial da Ascendum, que nos explicam a oferta transversal que a empresa tem no setor da demolição.
“Para a Ascendum a demolição é vista numa perspetiva de economia circular, com três grandes fases. O primeiro que é a destruição da estrutura, o segundo é a reciclagem e o terceiro o transporte. Enquanto Ascendum temos soluções para cada uma destas fases, fechando assim um ciclo sustentável. Fornecemos o ciclo completo da demolição, com soluções premium.
A importância da reciclagem
As construções têm uma vida finita e mais cedo ou mais tarde têm de ser reabilitadas. Muita dessa reabilitação passa pela demolição seletiva, parcial ou até total. Em Portugal a indústria da demolição já representa 5.000 toneladas/ano de RCD’s – resíduos de construção e demolição. Esses RCD’s provêm de infraestruturas urbanas ou industriais.
No âmbito da reciclagem dispomos da Metso, um dos maiores fabricantes de soluções para britagem e crivagem. Na Metso temos soluções móveis, semi-móveis e fixas. Se o RCD for tratado localmente (para integração na construção), nós dispomos de soluções móveis sob rastos, que podem ser britadores, impactores ou crivos. Permitem ao empreiteiro/construtor tratar o RCD localmente na obra e aplicá-lo na nova construção. No caso do RCD ser excedentário, pode selecionar o material no local, e depois transportá-lo para outras obras.
Na gama Lokotrack da Metso, temos de soluções híbridas e 100% elétricas. Dispomos de britadores de maxilas, britadores impactores e britadores cónicos. Assim como de uma gama completa de crivos primários e secundários.
As soluções semi-móveis e fixas da Metso são mais indicadas para empresas que se dediquem à recolha, seleção, tratamento e comercialização de RCD’s. Isto é aplicável para britadores e crivos. As semi-móveis são estruturas onde a mobilização e montagem é feita entre duas a três semanas. É indicado para obras que durem vários meses, transportadas com camião. Quanto às instalações fixas, estas são desenhadas à medida, consoante o layout do espaço que o cliente vai operar, e da tipologia de produtos que o cliente vai produzir.
A especialização na demolição
Para a demolição, dispomos da marca Volvo. As escavadoras da Volvo para demolição dividem-se em dois grupos: straight boom, com os modelos EC300E e EC380E; e as high-reach com os modelos EC380EHR, a EC480EHE e a EC750EHR onde o braço é ajustável dependendo do tipo de operação.
Segurança, produção e conforto são os três valores principais da Volvo nas suas máquinas. As máquinas Volvo que comercializamos na demolição foram feitas especificamente para esse segmento, não são adaptações de máquinas de movimentação de terras. O equipamento vem de fábrica, por exemplo com o chassis todo reforçado para que aguente os esforços e as tensões do trabalho de demolição.
Uma máquina criada de raiz para a demolição tem também a segurança reforçada, algo que para a Volvo é fundamental. Por exemplo, além da cabine ter proteções, é inclinável para melhor visibilidade do operador. No caso de trabalhos perigosos, há a possibilidade de operar alguns modelos através do controlo remoto, tal como nas máquinas mineiras da Volvo.
Para facilitar o transporte, o contrapeso pode ser retirado, o chassis inferior é retrátil e o braço também é retirado. Por exemplo, uma “750” feita para trabalhar em pedreira, o seu chassis é retrátil manualmente e para abri-lo leva-se algum tempo. No caso da “750” para demolição, o chassis é retrátil hidraulicamente, ou seja, assim que chega no local de demolição o operador faz a abertura rapidamente do chassis através de um botão.
Modularidade e engenharia
As escavadoras Volvo para demolição são modulares, por exemplo, na EC750EHR temos três braços disponíveis: 4mts, 26mts e 36mts. A mudança destes braços pode feita no local e é uma operação célere e segura. A modularidade é uma das vantagens, sendo que tecnicamente temos muitas evoluções que nos distinguem no mercado. Por exemplo, sensores de peso na lança e uma boa camara de filmar para que o operador possa produzir em segurança
Outro exemplo de engenhosidade é a opção do dust supression sistem, um sistema que pulverizam água aquando da operação da máquina, para diminuir as poeiras geradas pela demolição. Isto evita de ter um trabalhador adicional a pulverizar manualmente água, ainda por cima muito exposto aos riscos do trabalho de demolição. Este sistema da Volvo permite um fluxo de até 30 litros por minuto, que pode ser ligado de forma automática, assim que o implemento esteja a funcionar (garra, martelo, etc.) ou caso detete um determinado nível de poeiras no ar.
Os bons operadores de máquinas estão a escassear, e por isso há que atrair uma nova geração para estes trabalhos que são, ao contrário do que se pensa, de grande precisão e tecnicidade. As máquinas Volvo já incorporam um nível de tecnologia, que auxilia os operadores menos experientes, assegurando a segurança e a produtividade.
Tecnologia para melhor controlo
O custo de uma máquina não pode ser visto pelo preço de aquisição. Tudo depende do que ela consiga produzir. Há que ter em conta o custo total de operação, ou em inglês TCO– total cost of ownership. O preço de aquisição pode determinar cerca de 15% do custo total de uma máquina ao longo da sua vida útil. O resto dos custos necessitam de um acompanhamento mais atentos, versos a produtividade que geram. Há a preocupação cada vez mais em monitorizar e avaliar a produtividade na demolição.
Algo que é standard nas máquinas Volvo é a telemática. Com a telemática, conseguimos aumentar o tempo de operação das máquinas, porque fazemos um trabalho mais próximo no que diz respeito à manutenção da mesma, bem como ao aconselhamento de melhorias na sua performance/utilização. Nesse âmbito, na Ascendum criamos o UPTIME Center, que pela sua abrangência e dimensão, vale a pena abordarmos em edições seguintes da Automotive em mais detalhe.
Complemento de gama
Para as demolições urbanas, temos soluções compactas. A gama de escavadoras compactas da Volvo vai das 1,5 toneladas às 9 toneladas. A gama elétrica de escavadoras que recentemente lançámos, também pode ser utilizada para serviços de demolição, principalmente os internos em espaços fechados.
Naturalmente que a demolição é um trabalho ruidoso e a quase ausência de ruido que as máquinas elétricas têm não faz muita diferença na demolição em espaços fechados. Mas as máquinas elétricas têm como mais-valia a ausência de emissões de gases de escape, e a possibilidade de utilizar a energia elétrica da obra.
Quanto ao transporte, a terceira fase da demolição, dispomos das pá-carregadoras (a começar nas 3 toneladas e até às 50 toneladas) e dos dumpers articulados, que permitem a carga e transporte dos RCD’s.
Suporte técnico
Temos uma equipa técnica bastante formada. Sempre que é feita a entrega de uma máquina, esta é acompanhada pelos nossos técnicos e é feita uma formação ao operador. Por outro lado, e sempre que se justifique, estamos capacitados para dar formação no local da operação, podendo aconselhar por exemplo, por onde começar o trabalho, sempre numa ótica de segurança e produtividade. Além disso temos a formação eco-operator, que disponibilizamos aos clientes, e que permite uma utilização mais eficiente das máquinas com vista a diminuir consumos.
A nossa rede de suporte pós-venda está capacitada para dar respostas nos elevados standards que os nossos clientes estão habituados. Enquanto Ascendum, orgulhamo-nos de ser uma empresa que representa quatro grandes marcas premium: Volvo Construction, Ponsse, Sennebogen e a Metso. Não queremos ter 20 marcas e assim dispersarmos o foco. Nisso preferimos ser conservadores. Do que temos, percebemos bastante e prestamos um serviço premium, equivalente às máquinas e equipamentos que comercializamos” finalizam Pedro Gaspar e Diogo Martins, na foto juntamente com Rute Martins, responsável de comunicação da Ascendum.