A Husqvarna Construction, além de uma grande variedade de equipamentos e ferramentas, tem uma gama de robots para os trabalhos de demolição. Fomos à sede da empresa em Portugal, e entrevistamos Nuno Jorge Oliveira, responsável técnico e comercial da Husqvarna Construction em Portugal.
O responsável conta-nos que “a Husqvarna começou com o projeto de robótica há cerca de 15 anos e foi um projeto de raiz. Não foi uma máquina copiada. Naquela altura era muita tecnologia inovadora e ao longo do tempo foi-se evoluindo. Agora já estamos na 5ª geração das máquinas.
Houve grandes melhorias ao longo dos anos, principalmente ao nível da eletrónica, tendo menos problemas com a vibração, com as poeiras e a humidade. Minimizamos o erro das peças eletrónicas, porque com as vibrações a parte eletrónica era a que mais fragilidades demonstrava. Felizmente já estamos muito evoluídos nesse campo, até porque agora é rápido descobrirmos uma eventual falha porque as máquinas têm muitos sensores e avisam logo quando algo está menos bem.
Gama alargada de robots
A nossa gama de robots é composta por cinco modelos DXR: 95, 145, 275, 305 e 315. O mais recente é o DXR 95 que foi lançado o ano passado. Todas as máquinas são 100% elétricas, operadas através de alimentação direta na corrente (através de cabo). Basta ligar a máquina ao quadro da obra, o que tem vindo a poupar bastantes custos em termos de combustível aos nossos clientes.
Diferente de uma miniescavadora que foi desenhada para escavar, os nossos robots foram desenhados e projetados para partir. As máquinas na demolição têm de ser robustas, mas ao mesmo tempo flexíveis. É um equilíbrio. Se forem demasiado duras, elas partem.
Os robots da Husqvarna têm movimentação no braço em 5 pontos diferentes, conferindo uma grande flexibilidade no trabalho que ela pode realizar. Pode inclusive servir como escavadora, por exemplo, para recolher o material demolido.
O facto de ser uma máquina 100% elétrica tem vantagens face a uma máquina a combustão no aspeto da força, potência, baixo peso e zero emissões de gases de escape. Para se ter uma ideia, o nosso modelo DXR 145 só pesa 975 kg, mais o martelo pneumático que são 150 kg. Para a mesma potência dessa máquina, é preciso ter uma miniescavadora de entre 4 e 5 toneladas. A diferença é grande em termos de peso e de volume. Uma máquina de 5 toneladas não passa numa porta e dificilmente pode estar em cima de uma laje.
Mobilidade acrescida
Utilizando o exemplo do robot DXR 145, como pesa cerca de 1.100kg conseguimos pô-lo num furgão ou num reboque de 1500 kg sem necessitar de transporte especial. Não é necessário ter um camião, um motorista para o camião e os custos daí inerentes.
Os nossos robots conseguem uma largura de 78cm, passando por uma porta de 80cm. Pelo braço ter 5 pontos de apoio, ele ajuda o nosso robot a subir escadas, por exemplo. Outra vantagem é a potência, que face a uma miniescavadora, os nossos robots são mais rápidos a realizar o trabalho, por via de uma maior potência.
Outra mais-valia é que o operador trabalha com um maior campo de visão, podendo inclusive afastar-se quando sente que a sua segurança está em risco. O alcance do nosso controlo remoto é até 50 metros de distância. Tivemos, por exemplo, um operador que estava no segundo andar e a máquina estava no rés do chão, e com isto ele tinha uma melhor visão do trabalho que tinha de realizar. O facto de o operador poder estar em qualquer lugar, aumenta a produtividade da demolição. Já existe uma nova geração de gestores, que olha para a demolição com uma visão mais analítica e compara todos os parâmetros de custos e produtividade.
Operacionalidade
A operação dos robots da Husqvarna é simples para o operador, os comandos funcionam tal e qual os joysticks de uma escavadora. Para abranger o maior número de operadores, os nossos comandos funcionam ao estilo europeu, americano ou japonês. Se um operador está habituado a um determinado modo de funcionamento, é só escolher no menu que depois vai conseguir operar bem o nosso robot. Quando um operador não se entende com uma máquina, essa máquina vai se estragar facilmente.
Os nossos robots também podem servir como uma central hidráulica, para alimentar outros equipamentos. É possível configurar o robot para ser uma central hidráulica e controlar o caudal para ter o débito ajustado a uma ferramenta externa. Temos por exemplo, algumas ferramentas da Husqvarna cujos parâmetros já estão pré-definidos nos nossos robots. Também é possível trabalhar com ferramentas de outras marcas, bastando para tal configurar os parâmetros.
Nós damos formação aos clientes que adquirem um robot e essa formação é feita antes do trabalho. Deixamos de dar formação em obra, porque aí o operador quer é “despachar” o trabalho e perde informação importante sobre a utilização do robot. A formação é essencial para se tirar o máximo dos robots da Husqvarna e também para se aprender a manutenção correta. Nestas máquinas o cuidado na manutenção é fundamental para que se mantenham operacionais.
Temos suporte técnico pós-venda a todo o país, quer através da nossa equipa técnico-comercial, quer através do nosso centro de assistência técnica em Braga. Ao longo destes 15 anos surgiram várias marcas com robots, mas depois desistiram porque este é um mercado complexo. Enquanto Husqvarna estamos cada vez mais evoluídos enquanto empresa e sempre a aprimorar os nossos robots, para que os clientes tenham mais qualidade no seu trabalho” conclui Nuno Jorge Oliveira.