“Juntos por um ambiente com futuro” foi o tema central do 23º Encontro da Rede Valorpneu, que foi realizado na ilha Madeira. O evento reuniu membros da rede Valorpneu e do Sistema Integrado de Gestão de Pneus Usados (SIGPU), e serviu para debater temas impactantes para o setor e, também, para partilhar experiências, desafios e oportunidades para o futuro.
O primeiro dia do encontro foi marcado pela sessão de trabalhos, ocasião em que Hélder Pedro, gerente da Valorpneu, recordou que a Valorpneu implementou a gestão de resíduos na região autónoma da Madeira há 15 anos, altura em que realizou o primeiro encontro neste arquipélago.
Por sua vez, Manuel Oliveira, diretor regional do Ambiente e Mar da Madeira, falou sobre a evolução da gestão de resíduos nos últimos anos na região, destacando que “enquanto nos anos 90 os resíduos na Madeira eram enterrados ou queimados a céu aberto, atualmente apenas 1% são colocados em aterro sanitário sem qualquer tipo de valorização, ou seja, um valor muito residual”.
Ainda de acordo com este responsável, para este facto muito contribuiu a participação da indústria da reciclagem. “No final do século passado, existia na região um operador de gestão de resíduos. Hoje são dezenas, cobrindo a totalidade dos resíduos, com principal destaque na área da construção civil e automóvel”, salientou. O diretor regional do ambiente também destacou as vantagens da utilização de borracha de pneus nos asfaltos da Madeira, sobretudo ao nível do ruído, da durabilidade e do impacto no desgaste dos veículos.
Extensão da licença
Já Climénia Silva, Diretora Geral da Valorpneu, destacou a importância da extensão da licença da entidade gestora para 10 anos, substituindo os cinco anos habituais, o que permite uma maior visibilidade, tomar medidas mais estratégicas e assumir metas mais ambiciosas.
“Em 2025, mais uma vez, vamos cumprir todas as metas propostas, com uma taxa de recolha acima do objetivo de 96%. Este ano vamos recolher 93 000 toneladas de pneus, dos quais cerca de 12 360 toneladas vão para além do objetivo de recolha e são valorizadas energeticamente. Isto traduz-se em um benefício para o ambiente, com redução de 175 000 toneladas de emissões de gases efeito estufa e um consumo evitado e 5 200 Tj de energia”, ressaltou.
O destino privilegiado continua a ser a reciclagem, seguindo-se a valorização energética e, com muito pouca expressão, a recauchutagem. A diretora geral da Valorpneu também falou sobre o programa NextLap Tech Hub, promovido em parceria com a consultora de inovação Beta-i, que tem como objetivo promover novas soluções para os pneus usados.
Otimizar o transporte insular
Por fim, Amílcar Gonçalves, presidente do Conselho de Administração da ARM – Águas e Resíduos da Madeira falou sobre o Sistema de Gestão de Resíduos da Madeira, com especial enfoque na valorização dos pneus usados e também revelou o novo destino dado aos pneus usados na Madeira, que passa pela utilização de pneus inteiros em estruturas de contenção viária, uma solução que não é reciclagem, mas sim uma reutilização digna de produtos que estão na região.
A sessão contou ainda com a mesa-redonda “Circularidade e Responsabilidade: O Presente e o Futuro da Gestão de Pneus Usados”, um debate que reuniu Ana Cristina Carrola (Agência Portuguesa do Ambiente), Carla Pinto (Direção-Geral das Atividades Económicas), Rita Marques (Associação dos Recauchutadores de Portugal), Carina Freitas (Divisão de Gestão de Resíduos e Economia Circular da DRAM – Região Autónoma da Madeira) e Isabel Alves (Tecnovia Madeira). Como vem sendo habitual nos encontros anuais da Valorpneu, foi entregue também o Prémio de Desempenho do Centro da Rede de Recolha, atribuído à empresa Ribeiro & Filhos.





























