O Grupo ENGIE está presente em Portugal em 3 áreas de atividade: eficiência energética, redes urbanas de frio e calor e produção de energia elétrica.
Com uma forte presença nos serviços de energia, a ENGIE é também o segundo maior player na produção de eletricidade em Portugal, com um portfolio diversificado de fontes de energia, onde se inclui cerca de 10% da produção eólica nacional. Com a energia hídrica e eólica, a participação da ENGIE na produção de eletricidade em Portugal com energias renováveis é de 15%.

Pedro Azinheiro (foto), Procurement & Fleet Manager da Engie Portugal, recebeu a Revista Automotive na sede da empresa em Lisboa, para dar a conhecer o processo de descarbonização da sua frota, assente em 3 pilares: viaturas elétricas, carregadores e mobilidades e certificação.
Segundo este responsável “iniciámos o processo de alteração das nossas viaturas de turismo em 2024, iniciativa que continuará a avançar em 2025 com a aquisição de algumas viaturas e-LCV, para substituição de modelos com motorização a diesel.
O processo de descarbonização da nossa frota, inclui a disponibilização e instalação de carregadores em casas dos utilizadores com os valores de carregamento a serem suportados pela Engie, bem como a disponibilização de plataformas Bolt e Uber a alguns colaboradores que tenham necessidade de se deslocarem a reuniões em Lisboa, sem ter a necessidade de lavar viatura da empresa.
No mesmo sentido, contactámos auditores ADENE para certificação de da frota e, também manifestámos a nossa intenção em participar nos programas MOVE+ e MOVE+Empresas.
Iniciativa nacional
Relativamente à nossa frota, Portugal é um dos países escolhidos pela Engie para acelerar a descarbonização da sua frota até 2030 que, não será necessariamente totalmente elétrica. Contudo, apesar desta orientação internacional da nossa empresa, a Engie Portugal já tinha traçado este objetivo para a nossa frota. Para tanto, foi necessário realizar um intenso trabalho de consulta ao mercado e análise das opções, marcas, modelos, tipologias de produtos, disponibilidades, etc., que foi desenvolvido longo de 18 meses.

Os principais grupos nacionais do setor automóvel, com os quais estabelecemos contatos foram a Astara, Stellantis e Siva, não apenas para aquisição/substituição de veículos de turismo mas também de comerciais ligeiros.
Com isto, conseguimos readaptar a nossa política de frota, consoante os valores e os produtos, reorganizar os níveis e as atribuições para os carros de serviço, neste caso as viaturas de turismo, já que os LCV’s são utilizados pela nossa equipa técnica para os serviços de manutenções junto aos nossos clientes.
Todo este processo demorou cerca de ano e meio de estudos, período este onde surgiram muitas novidades em termos de automóveis novos, quer no segmento de turismo quer no segmento dos LCV’s. Estivemos focados na procura das melhores soluções de mobilidade com baixas emissões.
Substituição gradual

Em finais do ano passado substituímos diretamente algumas viaturas, através de negociações com as locadoras, para que não houvesse penalizações por antecipação de contratados, efetuando algumas trocas, visto que desde a pandemia tivemos uma sucessão de prolongamento de contratados de viaturas, pela falta de viatura das marcas.
Assim, substituímos 42 viaturas entre a última semana de outubro de 2024 e a segunda semana de dezembro do ano passado, entre os quais 14 modelos da marca KIA plug-in e 28 modelos Seat Leon também plug-in, sendo que a nossa escolha por esta tipologia de motorização teve por base a grande incerteza, por parte das locadoras, quanto ao valor de mercado que os carros elétricos poderão vir alcançar no futuro.
Recordo-me que em meados do ano passado, em declarações ao mercado, a CEO da BYD disse na altura que brevemente a marca iria lançar (num prazo de até 4 anos), uma bateria de alta densidade, com menos metais nobres e com uma autonomia com cerca de 2 mil quilómetros. Mas quando foi questionada sobre o que iria acontecer com este carros e baterias no futuro, ela respondeu que não havia problemas, pois iriam utilizar as baterias para armazenamento de energia e, o resto, seria para reciclar.
No meu entender, depois de uma resposta desta o mercado de certa forma tremeu, pois estamos a falar de um grande grupo que é BYD, a segunda maior fabricante de carros elétricos e também fabricante de baterias.
Por isso, comprar carros elétricos, nesta fase, através de locadoras, considero no mínimo arriscado e, perante esta situação, informei o o nosso CEO e à minha direção, que não era o momento para mudarmos o perfil da nossa frota para 100% de veículos elétricos.
Transição segura
Como o nosso objetivo é caminharmos para a maior descarbonização possível da nossa frota até 2030, temos aqui um espaço temporal para realizarmos um certo desmame para readaptarmos os nossos utilizadores a uma nova forma de condução, mais eficiente, através de uma certa aculturação dos motoristas que estão acostumados a conduzir viaturas com motores 100% térmicos, e assim permitir-lhes algum tempo de aprendizagem na condução de viaturas eletrificadas.

Na Engie queremos que o nosso colaborador também participem na fase da transição energética da nossa frota. Também efetuámos investimentos em carregadores aqui na nossa sede, para apoio à nossa frota, e para aqueles colaboradores que não têm hipótese de se deslocar à nossa sede, iremos disponibilizar cartões de carregamento, permitindo ao motorista efetuar a gestão da utilização das viaturas plug-in.
A evolução da mobilidade e transição energética por parte da Engie abrangerá todos os nossos colaboradores, mesmo junto àqueles que não tenham acesso aos carros da nossa frota.
A nossa frota percorre todo o país, e recentemente recebemos 5 viaturas e-LCV para testes, que serão utilizadas pelos nossos colaboradores que trabalham nos clientes do canal industrial, com utilização interna, viaturas que foram adaptadas junto a um transformador especializado localizado no Norte.
Esperamos que este nosso exemplo venha, de alguma forma,ajudar e servir de orientação aos demais colegas gestores que, igualmente, estão a implementar uma transição energética nas suas frotas”, explicou Pedro Azinheiro.





























