A associação espanhola dos fabricantes de peças do setor automóvel – Sernauto – foi voz ativa no recente evento realizado pela AERVI, que contou com a presença de mais de 200 profissionais, empresários e líderes de entidades associativas, onde os especialistas analisaram o atual estado do mercado de peças de substituição dos veículos pesados, camiões e autocarros.
O impacto das atividades de transporte de mercadorias e passageiros no mercado pós-venda e os principais desafios futuros das empresas que fazem a manutenção e reparação dos seus camiões e autocarros, foram temas em debate onde esteve presente Jorge Artime Muñiz, responsável da ZF Aftermarket Espanha e Portugal e membro do Comité de Peças de Substituição da Sernauto.
Em entrevista à Revista Automotive, este dirigente ibérico declarou que “estamos todos conscientes de que o nosso setor está a viver um momento de profunda transformação, incluindo regras muito apertadas de emissões que felizmente foram flexibilizadas em termos temporais, mas, contudo, temos que olhar para estes desafios como boas oportunidades de negócio.
As novas tecnologias, a digitalização e a eletrificação são realidades que deverão dinamizar novos modelos de negócio. É certo que os componentes utlizados nesta tipologia de veículos não terão tanto desgaste ou não necessitarão de muitas substituições sendo que, a logística das empresas fabricantes de peças também terá de se adaptar, com maior stock de componentes eletrónicos e com novas tipologias de baterias que, até então, não estavam presentes na cadeia de abastecimento.

Economia circular
Assim, o papel da Sernauto também é o de transmitir, presencialmente, mais conhecimentos desta realidade que o setor de peças está a atravessar, onde todos deverão colaborar de forma equilibrada e participativa, para sabermos transformar estes desafios em boas oportunidades de negócio. Naturalmente a questão ambiental faz parte desta narrativa, sendo que os fabricantes de peças de reposição, na sua maioria, já dispõem de um bom número de peças remanufaturadas, com qualidade e garantia, e esses produtos eco recâmbios estão a contribuir para uma verdadeira economia circular.
Trabalho neste mercado de fabricantes de peças e componentes automóveis há mais de 30 anos, pelo que já vivenciei e atravessei diversas crises como a do petróleo, financeira, de saúde pública, do microchips e do fornecimento de componentes, entre outras. E se há um setor que tem se adaptado e evoluído com estas crises da nossa sociedade é o setor dos fabricantes de peças e componentes automóveis, pelo que estou consciente de que a eletrificação dos veículos deverá ser vista com serenidade e uma oportunidade. Todos juntos seremos sempre mais fortes e este evento, da AERVI, é um bom exemplo disto”, frisou Jorge Artime Muñiz à Automotive.




























