A Tunland G7 é a nova pick-up a diesel da Foton, marca chinesa de automóveis que em Portugal é distribuída pelo grupo JAP. A Foton, pertencente ao grupo BAIC, tem as suas raízes na produção de camiões, autocarros e tratores agrícolas na China.

No teste que realizámos em Portugal, foi possível perceber algumas dessas raízes no Tunland G7, principalmente no motor. Conduzimos o Foton em estrada pavimentadas e em pisos fora de estrada, sendo que o elemento mais marcante desta pick-up é o seu motor. Consegue ter um binário (390NM) superior à referência do segmento, a Isuzu D-MAX (360NM), tendo basicamente mesma cavalagem: 163CV.

Além do elevado binário ser uma vantagem quando a pick-up está carregada, proporciona também uma resposta rápida do motor, mesmo em modo “Eco”. Com o modo de condução “Sport”, a resposta é ainda mais rápida. O conjunto propulsor tem tudo para ser perfeito, não fosse a caixa automática estar descompassada com o brilhantismo do motor.
Em estrada é possível circular com tração às 2 rodas, sendo que em andamento fora de estrada, testámos tanto a tração às 4 rodas como as redutoras. Através de um seletor de fácil funcionamento, é possível alternar a tração e assim adaptar o Tunland G7 ao terreno por onde circulamos.
Fora de estrada, a tração esteve sempre presente, onde esta pick-up passou com méritos, todos os testes que realizámos, ou seja, desde passagens por lama e areia, a terrenos mais ingremes ou com ângulos de ataque mais complexos. Ficámos assim, impressionados pela positiva pelo comportamento exemplar no offroad.

Adaptação ao mercado
No âmbito da estética, este Foton, tanto no exterior como no interior, parece ser demasiado requintado para o segmento frotista, com interiores em pele, entre outros apontamentos, com algum contraste deste requinte com a utilização de materiais menos nobres.
O Tunland G7 é uma mistura de sensações, onde o aspeto geral aparenta uma pick-up de lazer, sendo que certos detalhes como, por exemplo, a suspensão bastante robusta, lembram-nos que esta é uma viatura de carga.

No entanto, esta ambivalência não é única do Tunland G7. O segmento das pick-ups no geral (tal como publicámos no nosso dossier especial, na Automotive de fevereiro deste ano), vive um momento de contradições técnicas e de alguma falta de identidade. As propostas das marcas vocacionaram-se para um segmento de luxo e da eletrificação, que é exatamente o oposto daquilo que as frotas em Portugal realmente necessitam.

O modelo Tunland G7 está alinhado com outras propostas do seu segmento, sendo assim uma pick-up ambivalente e, portanto, versátil na sua utilização, dispondo de pontos positivos para rivalizar com marcas já demasiado estabelecidas em Portugal, e que provavelmente estejam despreparadas para o potencial que o Tunland G7 diesel tem para crescer no nosso mercado.
