Sinto-me no dever de dar aos nossos leitores a justificação pela qual sempre imprimimos em papel; apesar de algumas empresas praticamente obrigarem a apostar exclusivamente no digital. Digo apostar porque o digital é semelhante a um jogo: na maioria das vezes são mais os perdedores do que os ganhadores. Seguem as razões.
No digital tem de pagar o antivírus, a internet, a eletricidade, atualizar o seu hardware e software e ainda contar com o malware, fishing, cookies, bug’s, servidores em manutenção, etc. que lhe roubam tempo e os seus dados e depois os repassam para mais 85.000 “parceiros”.
Decifram as suas passwords importantes e/ou retiraram-lhe dinheiro através das suas aplicações. O crime de burla informática é um dos que mais cresce. Mesmo acreditando que os leitores têm um poderoso antivírus, cedo ou tarde a aplicação um algoritmo irá instalar-se no seu relógio digital, smartphone, no sistema operativo do seu carro, ou no seu computador particular ou da empresa. Vai ser guiado por um labirinto de páginas inocentes/ou não, até chegar à notícia/informação que procura.
Os algoritmos condicionam o seu acesso à informação, dão-lhe a ver apenas o que gosta, mas não aquilo que é importante saber para o seu negócio, mesmo que não lhe agrade.
Conduzem a sua leitura para o que outras entidades querem impor-lhe. É constantemente incitado a aceitar termos de serviço, serviços, “tocar sininhos”, subescrever, colocar like’s, atualizar a plataforma, tornando o seu dispositivo informático rapidamente obsoleto. É surpreendido com imagens e sons inesperados que o incomodam, dá-lhe ordens: “atualize para poder ver, instale a versão atualizada, vá ao menu das configurações e vá, vá…”.
Já na revista impressa, a leitura e respetiva absorção do seu conteúdo é feita de forma silenciosa, pausada e com respeito à sua privacidade. A interação que tem consigo é aquela que quiser: abre quando o leitor quiser e não é condicionado a ver/ouvir a publicidade obrigatória. Quem controla a publicidade que encontra na revista é você, o leitor! Se gostar dos anúncios da Revista, vai prestar atenção ao seu conteúdo, mas não teremos anúncios a interromperem a sua leitura justamente quando estava concentrado num determinado artigo ou tema.
Valorizamos a atenção que nos dedica, e por isso dedicamos respeito à sua leitura. Sem distrações fúteis ou de temas completamente opostos. Concentre-se no que quer ler e só você é que decide quanto tempo vai ler. Não o iremos interromper. O seu tempo é, para nós, muito precioso.
A Revista é completamente democrática. Se acontecer um incidente no seu cartão de crédito ou nas suas aplicações de pagamento, e com isso perder a internet e suas subscrições, isso não o impedirá de se manter informado do setor. A Revista tem um leque diversificado de notícias, de áreas diferentes, com pontos de vista de diversos negócios, onde é você que controla o que quer absorver, aplicar, guardar ou deixar para outra ocasião mais favorável.
A Revista não o abandonará, independentemente da sua circunstância financeira, social ou tecnológica. Não lhe retiramos o acesso por falta de pagamento, pois a revista impressa permanecerá em seu poder até ao momento em que desejar, tenha ou não dinheiro.
Escrevemos com seriedade e profissionalismo porque a notícia publicada não será alterada posteriormente: o que publicámos não pode ser apagado num segundo. A Revista é distribuída em 260 pontos do país com uma circulação certificada pela APCT; somos supervisionados pela Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC) da qual somos membros, desde a primeira edição de 2013 da Automotive. À semelhança das demais empresas ou dos produtos, são necessárias certificações, regulamentações, supervisão e coimas. Qual a razão do digital não ter certificações, supervisão, regulamentação, coimas, etc.?
O que lê no digital fica registado no seu “relógio” digital, desde o batimento do seu coração, até suas últimas 72hs de conversações. Fornece mais informações do que uma vigilância (pulseira) eletrónica judicial, por isso muitas empresas “oferecem” esses grilhões aos seus profissionais e os “incentivam” a usar sempre.
Na Revista impressa não controlamos quem lê, a que horas leu e quanto leu. A liberdade é sua. Abra quantas vezes quiser e compartilhe, que não vamos recolher esses dados. Leve-a para onde bem entender, a decisão é sua e não a controlamos. Não transmite mensagens subliminares. O que está escrito é nítido e claro, sem subterfúgios.
O formato não ser tornará obsoleto. Já passamos pelos blogs (que desapareceram), pelos story tellers (que foram arrasados pelo bots), pelos posts das redes sociais (que são cada vez mais redes antissociais), pelos podcasts (que já começam a esgotar-se), entre outros formatos que irão aparecer e desaparecer, sempre ao sabor superficial das modas.
Se for para outro país, basta levar a revista e continuará a ter acesso à informação, durante o voo, sem gastar bateria, dados móveis e sem incomodar com a luminosidade do ecrã. A tipologia de visualização não se altera conforme o dispositivo que utiliza. O formato A4 é sempre igual e o tamanho das fotos e da letra não se alteram. Basta ir à página que pretende e a notícia estará lá sempre. O que foi impresso, se for bem-acondicionado, poderá durar anos. Não depende da tecnologia e sim totalmente de si. Você controla.