Trata-se de um modelo que não transparece à primeira vista todo o seu potencial. Com um exterior bastante discreto, é no interior e na mecânica que este modelo Honda consegue se posicionar na dianteira do segmento crossover.
A começar pelo interior, o espaço a bordo é amplo e bem construído. Desde o posto de condução, passando pelo “pendura”, o espaço para as pernas é amplo, sendo complementado por um para-brisas mais afastado, do tipo “monovolume” o que aumenta ainda mais a sensação de espaço.
Mas o verdadeiro trunfo deste carro está no ambiente para os ocupantes traseiros. O espaço atrás que o Jazz Crossland tem, é apenas encontrado em alguns carros do segmento premium e, mesmo assim, apenas em alguns dos seus SUV’s. Para quem procura conforto e bom ambiente para os passageiros traseiros, este Honda é quase inigualável. Este trunfo do Honda Jazz Crossland, pode ser ainda otimizada para o transporte de carga, com um simples levantamento do assento dos bancos.

Espaço e construção
Os arrumos estão por todo o interior, e não fosse pela rigidez de alguns plásticos e algumas funcionalidades menos bem conseguidas, e este modelo poderia posicionar-se no segmento premium. A bagageira tem uma capacidade acima do esperado, à conta de uma arquitetura muito bem aproveitada, potencializada pela retirada do pneu suplente. O espaço para as baterias nem se faz notar.
Volante e bancos à frente aquecidos, são exemplificativos do elevado grau de conforto que proporciona, em conjunto com uma panóplia tecnológica que está bem integrada, quer no volante, quer no ecrã central. Destaque para os vários comandos controlados por botões analógicos, como é o caso da climatização. A insonorização a bordo é exemplar, mesmo quando circulamos em piso irregular.
Quanto ao aspeto mecânico, destaque para a suspensão que privilegia o conforto. Além disso, a gestão da relação entre o motor a combustão e do híbrido é muito bem feita, em paralelo com uma impressionante capacidade de carregamento das baterias em andamento. A caixa de velocidades demonstra grande rapidez e competência, aliado a um motor que rapidamente transforma a potência em velocidade.
Conforto e consumos
Do ponto de vista mecânico, a sensação que transmite é a de um automóvel bem acima daquilo que é necessário, o que os ingleses denominam como over-engineered. Tal como outros modelos over-engineered do passado, a expectativa da vida útil deste Jazz Crossland é para mais de 20 anos.
No âmbito das prestações, no teste que realizámos, os consumos rondaram os 5,1lts/100km, o que nos surpreendeu pela positiva. É um modelo que, no seu computo geral, revela estar acima do expectado, e consequentemente, acima do segmento dos crossovers. Este traço distintivo de “estar acima” é também acompanhado pelo preço: 33.000 euros. É um valor alto a pagar, principalmente para as frotas que, neste modelo, não têm nenhum benefício fiscal. Em todo o caso, é mais uma demonstração da nova fase positiva que a Honda está a passar, que mereceu a nossa capa na edição de março do ano passado, com o então modelo HRV.