Muitos desafios e resultados positivos. De forma resumida, a Niterra Ibéria registou um crescimento sustentado em 2024 e olha com otimismo para o ano de 2025. Em entrevista à Revista Automotive, Carlos Garcia, Senior Manager Marketing & Operations Iberia Region Aftermarket, faz um balanço das atividades da empresa no mercado ibérico e apresenta os principais fatores da consolidação das marcas e dos produtos NGK e NTK, sobretudo no setor de pós-venda.
Como foi o ano de 2024 para a Niterra a nível ibérico?
“Embora o nosso ano fiscal termine em março de 2025, as nossas vendas ao longo de 2024 foram, sem dúvida, muito positivas para a empresa. Este crescimento sustentado deve-se a uma abordagem estratégica focada na melhoria contínua da nossa oferta de produtos, com especial atenção à linha de sensores da marca NTK, que se revelou um pilar fundamental da nossa estratégia.
Ao mesmo tempo, o amplo portefólio de produtos de ignição da NGK continuou a impulsionar o nosso crescimento, graças à maior penetração no mercado. Conseguimos capitalizar as fragilidades de alguns dos nossos concorrentes, que em certos casos parecem ter abandonado parcialmente os produtos destinados à manutenção dos motores de combustão interna, o que nos permitiu consolidar a nossa posição de liderança neste segmento.

Atrevo-me a dizer que o mercado nos reconhece como fornecedor de referência, graças ao nosso sólido historial na entrega de produtos de elevada qualidade, sustentado tanto pela nossa experiência em equipamento original (OE) como no mercado de pós-venda (IAM).
O nosso compromisso é claro: continuar a apoiar os nossos clientes durante muitos anos, oferecendo uma cobertura de catálogo excecional, um bom fornecimento e um serviço personalizado ao cliente, que continua a ser um pilar fundamental da nossa proposta de valor.
Somos especialistas no portfólio de produtos que oferecemos ao mercado, tanto para produtos de ignição da marca NGK como para produtos de sensores da marca NTK”.
A frota de veículos a combustão manteve-se estável e os carros elétricos não tiveram o crescimento de vendas esperado, acabando por impactar positivamente o negócio de peças de substituição? Por exemplo, no segmento das velas de ignição?
“Sem dúvida, a evolução moderada das vendas de veículos puramente elétricos contribuiu para a estabilidade do parque de veículos de combustão interna, que tem sido um fator-chave para o nosso crescimento em 2024. Em particular, o segmento das velas de ignição, onde mantemos uma liderança clara com produtos de elevada qualidade e tecnologia avançada, beneficiou significativamente da transformação tecnológica que se tem vindo a desenvolver de forma constante nos últimos 8 a 10 anos.
A incorporação de velas de ignição feitas de metais preciosos não só aumentou o valor médio unitário faturado, como também melhorou significativamente a qualidade e o desempenho do produto, garantindo uma ótima experiência para os veículos que as equipam”.
Com uma frota de veículos mais antiga, acha que existe o risco de os clientes reduzirem as suas compras de sensores no futuro (devido ao preço unitário mais elevado)?
“É certo que uma frota de veículos mais antiga pode influenciar o comportamento de consumo dos condutores. No entanto, estamos convictos de que os sensores continuarão a ser essenciais para garantir o correto funcionamento e a eficiência dos veículos.
Isto torna-se ainda mais relevante numa sociedade cada vez mais consciente da necessidade de agir de forma socialmente responsável, uma vez que os sensores desempenham um papel crucial na redução do impacto ambiental ao minimizar as emissões de poluentes derivados dos combustíveis fósseis. Além disso, as inspeções técnicas estão a dar cada vez mais ênfase a este tipo de componentes, não só para garantir a segurança rodoviária, mas também para assegurar o cumprimento de normas ambientais que beneficiam toda a sociedade”.
No segmento da eletrónica (sensores de motor, válvulas EGR, etc.), vemos cada vez mais marcas a oferecer produtos. Como se posicionou a Niterra em resposta a este movimento? O ano de 2023 foi muito produtivo em termos de lançamento de sensores e válvulas. Foi uma antecipação dessa tendência?
“A Niterra consolidou-se há anos como líder no fornecimento de sensores para o mercado automóvel. O nosso compromisso é manter um ritmo constante de inovação, com o lançamento de novas linhas de sensores a cada dois anos, ritmo que planeamos acelerar num futuro próximo para melhor satisfazer as necessidades dos nossos clientes.

Esforçamo-nos por estar sempre um passo à frente, oferecendo não só produtos que cumprem os padrões mais exigentes do mercado, mas também soluções com uma ampla cobertura que simplificam a experiência dos nossos clientes, tornando-nos o seu fornecedor de soluções completas”.
Em termos de lançamentos de produtos, o ano de 2024 parece ter sido um dos mais profícuos em termos de novas referências de velas (dual metal, metais preciosos, etc.), mesmo para os modelos da Ferrari. Isto é prova do seu compromisso com a qualidade no mercado de pós-venda?
“Definitivamente, o lançamento de novas referências de velas de ignição em 2024, incluindo as concebidas para marcas de prestígio como a Ferrari, é um claro reflexo do nosso compromisso com a qualidade e a inovação.
O nosso objetivo é fornecer soluções que não só correspondam, mas superem as expectativas do mercado de pós-venda, oferecendo produtos que aliam durabilidade, eficiência e alto desempenho, resultantes do amplo know-how da empresa”.
Muitas marcas de automóveis já anunciaram que vão reinvestir no desenvolvimento de motores de combustão interna. Acha que isso terá um impacto positivo no setor de pós-venda? De que forma?
“A decisão de várias marcas de reinvestir no desenvolvimento de motores de combustão interna terá, sem dúvida, um impacto positivo no nosso sector, uma vez que prolongará a procura de componentes a eles associados, como velas de ignição, velas de incandescência, bobinas ou cabos de ignição. Terão também um impacto positivo em todos os componentes da válvula EGR e do sensor.
A confirmar-se esta tendência, a Niterra só poderá continuar a beneficiar do compromisso que iniciou há alguns anos de se manter no mercado de peças de substituição, oferecendo soluções às necessidades de manutenção e reparação da frota de veículos com produtos de elevado valor acrescentado, oferecendo soluções para ambos os fabricantes e para os utilizadores finais”.
Como vê 2025 para a Niterra em Portugal?
“Estimamos um crescimento orgânico na ordem dos 4% ou 5% no volume de negócios, embora aspiremos a mais se conseguirmos manter o bom trabalho dos últimos anos em que a nossa quota de mercado tem estado “em crescendo” graças à maior quota de mercado adquirida em comparação com os nossos principais concorrentes” conclui Carlos Garcia.
Na imagem realizada para a Automotive, a equipa ibérica da Niterra, com Carlos Garcia, Luís Romero Pintado, Senior Manager Sales Business Development; David Bassas, Director Western Europe, Mónica González, Associate Trade Marketing, entre os demais colegas, nas instalações da empresa em Barcelona (Espanha).




























