Nesta edição abordamos os 100 anos da Valeo comemorados recentemente, na continuidade da rubrica “Clube dos 100”. Na edição anterior da Automotive, destacamos o centenário da Ferodo, e é precisamente na Ferodo que a Valeo teve a sua origem.
Sob a liderança de Eugène Buisson, em 1923 a Société Anonyme Française du Ferodo (SAFF), começou a produzir e comercializar os primeiros materiais de fricção feitos em França, numa oficina na região de Paris. Nos anos 30, a Ferodo passa a produzir kits de embraiagem completos, sob licença do fornecedor automóvel alemão Fichtel&Sachs; e progressivamente passa a deter 50% das ações da LUK, o produtor alemão de embraiagens baseado em Bühl.
O período de boom pós-guerra foi altamente dinâmico tanto para fabricantes de automóveis quanto para fornecedores de componentes. A SAFF, que tinha 2500 funcionários no início dos anos 50, aproveitou este período próspero para criar inúmeras inovações e estender o seu negócio para cobrir todos os tipos de equipamentos elétricos para veículos, tais como velas de ignição, alternadores e motores de arranque, bem como sistemas de ignição, iluminação e limpa-para-brisas – uma estratégia que rapidamente deu frutos.
Após numerosas aquisições, e tirando partido da sua posição quase monopolista no mercado francês de fornecimento de equipamentos de travagem e embraiagem automotive, a Ferodo embarcou num novo desafio no início dos anos 60: expandir internacionalmente.
Nos anos 70, a Ferodo e a Robert Bosch consolidam a sua parceria nos equipamentos eletrónicos, sob uma empresa holding denominada “Financiére d’Equipments Automobile (FEA)” onde a Ferodo é sócia maioritária.
À medida que os anos 1980 começaram, a abrangência da SAFF tornou-se global. A empresa tinha presença operacional em 15 países através de mais de 70 empresas. Surgiu então a questão de reunir os vários negócios da entidade sob uma única marca. Na sua Assembleia Geral Anual em 28 de maio de 1980, a empresa adotou o nome Valeo.
“Ferodo é uma marca comercial… Valeo é um conjunto de marcas, posicionando Ferodo ao lado de Cibié, Ferlam, Marchal, Paris-Rhône, Sime, Sofica, Verto e outros” explicou na época, André Boisson, Presidente da Valeo (1977-1987).
Nos anos 90 a Valeo continua a sua expansão, através também de aquisições, como foi o caso da empresa alemã Borg, produtora de equipamentos eletrónicos para automóveis. Em 1995 a Valeo assina um acordo com a Siemens AG para produzirem conjuntamente sistemas de HVAC.
Desde a sua primeira incursão no mercado espanhol até ao seu destaque na Ásia nos anos 2000, a Valeo estabeleceu-se gradualmente como uma referência internacional no mercado automóvel. Em 2017 dá-se mais uma expansão, com a compra da FTE Automotive, empresa alemã que empregava 4500 profissionais.
A Valeo acelerou o seu desenvolvimento internacional e, tirando partido da sua capacidade de inovação, concentrou-se no desenvolvimento de tecnologias para uma mobilidade mais limpa, segura e inteligente. Atualmente a Valeo emprega cerca de 112.700 funcionários em 29 países, contando com 175 fábricas e 66 centros de investigação.