Rui Cabral, Diretor Geral da EGMais (anterior GVB), abordou na Conferência Automotive os desafios da reciclagem de baterias automóveis. Sendo a EGMais uma entidade gestora de baterias em fim de vida, Rui Cabral apresentou os números da eletrificação dos automóveis onde a estimativa para 2030 é que se vendam cerca de 40 milhões de veículos elétricos, representando 32% das vendas mundiais.
“Esses números de vendas representam um aumento da procura pelo lítio de 5 a 7 vezes superior ao registado em 2021, o que vai gerar uma grande pressão sobre as reservas de lítio, que ser tornará uma matéria-prima escassa no mercado. A eletrificação automóvel representa grandes desafios à reciclagem das baterias, quer pelos rendimentos previstos do processo e do investimento necessário, quer graças à instabilidade tecnológica das baterias.
Em Portugal não há nenhuma empresa que recicle baterias automóveis de lítio, sendo necessário enviar essas baterias em fim de vida para o exterior. Tendo em conta o risco de explosão, essas baterias necessitam de uma estrutura de transporte anti explosão, que além de onerosa, aumenta bastante o peso do transporte.
Para ultrapassar estes obstáculos, são necessários estímulos para a incorporação de material reciclado através da criação de mercados de matérias (críticas) secundárias. Existe assim a necessidade de valorização dos resíduos das baterias de lítio, para que nelas se possa replicar o sucesso alcançado na reciclagem de baterias de chumbo-ácido que a EGMais tem conseguido nos seus 15 anos de atuação enquanto entidade gestora”, alertou Rui Cabral.