De acordo com os dados divulgados pela AFIA – Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel, as exportações de componentes para automóveis registaram, em dezembro, uma quebra de 4,5% em termos homólogos, uma descida superior à verificada no total das exportações nacionais de bens, que recuaram 2,5% no mesmo período. Mas estamos a tratar de valores de 672 milhões de euros no último mês de 2024, o que é um valor claramente acima do esperado, muito aproximado daquele que a AFIA tinha projetado.

No acumulado de janeiro a dezembro de 2024, as exportações de componentes automóveis atingiram os 11.785 milhões de euros representando 14,9% das exportações nacionais de bens transacionáveis, o que não deixa de representar um valor importante no contexto nacional.
A Europa continua a ser o principal destino das exportações, mas o setor tem enfrentado oscilações significativas, há a perceção de alteração do mix de produção na Europa e o reforço de outros destinos.
Perspetivas para 2025
Apesar da contração verificada no ano de 2024, o setor continua a ser estratégico para a economia portuguesa. A evolução dos próximos meses dependerá da capacidade de resiliência das empresas, assim como de ajustarem a sua produção ao parque automóvel mais envelhecido, em virtude da baixa aceitação das novas viaturas, especialmente as elétricas.
A recuperação da indústria automóvel europeia, depende de políticas sérias para a redução dos poluentes, encerrando as importações de produtos, cujas empresas são poluidoras, estabilizando as cadeias de abastecimento com produtos de qualidade, durabilidade e que contribuam para a preservação e conservação dos recursos; fundamentalmente moralizando as políticas comerciais globais.
A indústria nacional está em muitos projetos, logo o comportamento das vendas nacionais e das exportações, está dependente desta dinâmica empresarial dentro e fora de portas. A AFIA continuará a acompanhar de perto a evolução na Europa, a reforçar o seu compromisso com a competitividade e inovação do setor, no quadro de um desenvolvimento sustentável.
Os cálculos da AFIA têm como base as Estatísticas do Comércio Internacional de Bens divulgadas a 10 de fevereiro pelo INE – Instituto Nacional de Estatística.