A fabricante espanhola de autocarros Sunsundegui, apresentou o seu processo de insolvência. Segundo o Boletín Oficial del Registro Mercantil, os acionistas da Sunsundegui foram convocados a 20 de setembro para a dissolução da sociedade, que tem sede em Alsasua, Navarra.
Este desfecho da Sunsundegui não surpreende, pois há vários anos que a empresa tem vindo a diminuir o desenvolvimento de novos autocarros, tem dado pouco suporte à sua presença comercial em Portugal e Espanha, e as ações para expandir as suas operações têm sido escassas.
Tal como muitos carroçadores de autocarros, o foco recente da Sunsundegui têm sido os negócios públicos, camarários e estatais (alguns com contornos duvidosos), aproveitando que as vendas de autocarros de turismo estavam facilitadas devido ao crescimento exponencial desse segmento na Europa.

O comodismo empresarial aliado a uma gestão subsídio-dependente é o legado mais evidente que a administração da empresa deixa, depois de 80 anos de atividades no setor, marcados por grandes intervenções governamentais.
Fizeram história por terem tido a maior intervenção do Governo de Navarra para salvar uma empresa: 27 milhões de euros em 2009 quando estavam em pré-falência. Na história recente, contam com 7,4 milhões de euros concedidos pelo governo em 2023, mas agora em 2024 tudo indica que o Governo da região não deverá injetar mais dinheiro na Sunsundegui.

A Volvo Bus, que encerrou as suas fábricas de autocarros e atribuiu à Sunsundegui a produção dos modelos 9700 e 9900, entretanto anulou esta decisão, ficando assim a Sunsundegui sem um plano de negócios viável.
A dívida da empresa ascende a 48,8 milhões de euros: 8,9 milhões a fornecedores e 39,9 milhões em dívidas financeiras. A empresa iniciou o processo de falência, tendo ainda uma esperança de renegociar a sua dívida caso o Governo de Navarra dê suporte. Infelizmente, há mais de trezentos funcionários com o futuro incerto.